• Romaria de Catequistas destaca centralidade de Jesus na Palavra de Deus vivida em comunidade

Romaria de Catequistas destaca centralidade de Jesus na Palavra de Deus vivida em comunidade

Monday, September 2, 2024

A primeira Romaria Nacional de Catequistas foi concluída neste domingo, 1º de setembro, após três dias de celebrações e aprofundamentos sobre a iniciação à vida cristã com inspiração catecumenal. O arcebispo de Santa Maria (RS) e presidente da Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leomar Antônio Brustolin, destacou a intenção de que as reflexões favoreçam uma catequese que anuncie Jesus Cristo e conduza as pessoas no caminho do discipulado.

“A Catequese se interessa por todos os temas. Ela quer levar as pessoas até o Reino de Deus, mas esse reino implica também um compromisso com a realidade ao nosso redor. Com esses temas, se pretende que a catequese seja mais querigmática, mais mistagógica, capaz de anunciar Jesus Cristo e conduzir pelos caminhos de Jesus todas as crianças, adultos, jovens e adolescentes. Há muita esperança com um grupo tão grande de catequistas refletindo junto e buscando o vínculo em comunidade e viver a Palavra de Deus. O Centro é Jesus: na Palavra de Deus vivida em comunidade”, afirmou.

O arcebispo de Teresina (PI) e membro da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, dom Juarez Sousa, destacou o tema escolhido para a Romaria, inspirado na Profecia de Daniel – “Os que ensinam como estrelas brilharão” – como uma referência aos catequistas.

“Esse tema fala da importância do catequista como um vocacionado cuja raiz está no Batismo, no chamado especial de Deus para anunciar a Boa Nova no contexto de fortalecimento da catequese de inspiração catecumenal a serviço da iniciação à vida cristã. Porque os tempos e os desafios que nós enfrentamos requerem que haja uma catequese dessa forma para que possamos, pelo querigma e pela mistagogia, sempre ter uma fé convicta para dar resposta aos problemas do nosso tempo e para dar um sentido profundo à nossa vida e à vida das atuais e futuras gerações”, afirmou.

Iniciado no dia 30 de agosto e encerrado no domingo, 30 de setembro, o evento contou com conferências, partilhas de experiências e momentos de interação e de oração, como adoração ao Santíssimo Sacramento, leitura orante da Palavra de Deus, celebração penitencial e celebrações eucarísticas.

 

Conferências

Dom Leomar proferiu a conferência de abertura da Romaria, com o tema “Olhar a realidade e os sinais dos tempos”. Ele conduziu uma reflexão sobre os desafios e as oportunidades de evangelizar em um mundo em constante mudança.

O assessor da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB padre Wagner Francisco de Sousa Carvalho, tratou do “ABC da IVC”, um momento para refletir sobre os principais termos que são utilizados durante o processo de Iniciação à Vida Cristã. Segundo o padre, o objetivo foi “ajudar, tanto aqueles catequistas que já são experientes e atuantes há muitos anos, mas também aqueles iniciantes a se aproximarem desses termos para ajudar na ação catequética e pastoral”.

“Dessa forma, nós conseguimos refletir desde o que é iniciação – passando por seus tempos, suas etapas, os principais termos. Mas colocando-nos dentro dos desafios e oportunidades que, conhecendo bem esses termos, ajuda, qualifica melhor a ação da catequese”, explicou.

 

Tempos da Iniciação à Vida Cristã

As conferências seguintes trataram dos quatro tempos no processo de Iniciação à Vida Cristã de inspiração catecumenal: Querigma, Catecumenato, Purificação e Iluminação e Mistagogia.

Mariana Venâncio, também assessora da Comissão, falou sobre o Querigma, como “anúncio por excelência da fé cristã”. Ela abordou a importância de que os catequistas estejam com o anúncio do querigma em toda a ação catequética. 

Sobre o Catecumenato, a irmã Maria Aparecida Barboza ajudou nas reflexões, destacando essa etapa como um processo vital de iniciação à vida cristã. “No Catecumenato, se anuncia a fé e se celebra a fé. Esse aprofundamento da fé, além de manter o catequizando e as famílias encantadas por Jesus, também faz eles perceberem essa necessidade de ser pertença comunitária, pertença eclesial, para ser um novo missionário, para ser um novo discípulo de Jesus Cristo, fazendo a diferença no espaço onde se vive e testemunha essa fé”, disse.

Os secretários de Pastoral, padre Jânison de Sá, e de Campanhas da CNBB, padre Jean Poul Hansen, conduziram a conferência sobre a etapa da Purificação e iluminação, “um tempo de discernimento onde se realizam os escrutínios, onde se tem a eleição, a escolha do nome e é a preparação imediata aos sacramentos de iniciação à vida cristã”, como explicou padre Jânison.

Padre Jean Poul explicou que esse tempo “é a experiência quaresmal da iniciação à vida cristã”.

“Se o pré-catecumenato é tempo querigmático, evangelizador; e o catecumenato é o tempo do aprofundamento da fé; o tempo da purificação e iluminação – que coincide com a Quaresma – é o tempo do discernimento espiritual, do discernimento de quem quer acolher o sentido, a orientação, a visão de Jesus, mas – sobretudo – a vida nova que Ele nos oferece por meio dos sacramentos da iniciação à vida cristã. É um grande retiro espiritual de todos os iniciandos, orientado pela Palavra de Deus nos domingos da Quaresma”.

Já a etapa da mistagogia, foi apresentada pelo bispo auxiliar de Vitória (ES) e membro da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, dom Andherson Franklin. Ele definiu a mistagogia “como tempo propício para mergulho no mistério celebrado nos sacramentos, mas como também um fio condutor que deve percorrer todas as etapas da iniciação à vida cristã”.

“Somos convidados a assumir, como ponto principal uma iniciação à vida cristã querigmática e mistagógica, oferecendo o primeiro anúncio no Evangelho e, ao mesmo tempo, convidando as pessoas a contemplarem o mistério do amor de Deus, configurando-nos a partir da comunidade como novos homens e mulheres”.

Dom Anderson sublinhou a experiência da mistagogia como espaço propício para que, aqueles que recebem os sacramentos, percebam-se como homens e mulheres novos, “chamados a uma conversão profunda, a uma configuração a Cristo e uma nova vivência testemunhando aquilo que receberam como discípulos missionários de Jesus Cristo”.

 

Mídias digitais e inteligência artificial

O jornalista Moisés Sbardelotto, mestre e doutor em Ciências da Comunicação, abordou o tema da comunicação na catequese, com a conferência “Catequese, cultura digital e inteligência artificial”. Sua proposta foi ajudar os participantes a entenderem “a comunicação da fé nessa cultura digital que nós vivemos hoje”.

Tendo o Papa Francisco como referência, Moisés recordou que a fonte da ação evangelizadora está justamente no encontro com a pessoa de Jesus Cristo. E a partir desse encontro há o transbordamento para os outros: “É um amor que vem de Deus, que nos preenche e a gente não consegue, digamos assim, conter essa comunicação”.

Sobre inteligência artificial, Moisés destacou que essa nova tecnologia “não deve nos assustar”, mas é preciso ter discernimento, capacidade crítica de reflexão e de uso das possibilidades que essa tecnologia oferece.

A Romaria de Catequistas foi encerrada com a Missa de abertura do Mês da Bíblia, no altar central da Basílica de Nossa Senhora Aparecida, presidida por dom Leomar Antônio Brustolin. No início da manhã, porém, houve a celebração de envio dos catequistas.

Confira fotos e vídeos no perfil do Instagram do evento. Acesse aqui.

 

Fonte: Divulgação/Luiz Lopes Jr
Foto: Fernanda Minichello

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